Tradicionalmente, o papel da área de TI inclui fazer a gestão da infraestrutura, da execução de projetos internos e do service desk. Com o movimento de transformação digital dos negócios, mudam tanto as atribuições da área quanto este conjunto de atribuições.
"A complexidade tecnológica vem diminuindo dentro das empresas, os exemplos são inúmeros. As soluções em nuvem diminuem parte da complexidade da gestão da infraestrutura. Os mecanismos de self service em service desk diminuem a necessidade grandes times atuando em tarefas simples como instalação de sistemas. A possibilidade de terceirizar a execução daquilo que não é core business, como um sistema de ponto, por exemplo, diminui custos internos", exemplifica Emanuel Di Matteo, General Manager da Liferay na América Latina.
Se antes os CIOs tinham como prioridade garantir que os investimentos em infraestrutura seriam precisos, cuidavam de um orçamento robusto e pensavam em como expandir times de atendimento ao cliente interno, agora, estes gestores se veem no centro da demanda interna por digitalização de processos, redesenho do modelo de negócio e adoção de uma visão centrada no cliente final.
"Como diz a música Subterranean Homesick Blues de Bob Dylan: você não precisa da previsão do tempo para saber para que lado o vento está soprando. Aplicando isso ao novo papel dos CIOs, não é necessário uma previsão para dizer que a função está mudando, o próprio movimento do mercado já mostra que este cargo que está passando por uma transformação fundamental para seu futuro nas empresas", comenta Di Matteo.
Em contato com CIOs de grandes companhias em toda América Latina, o executivo da Liferay acompanha de perto como o foco tem sido direcionado cada dia mais para a geração de resultados de negócio, quebrando barreiras e trabalhando como articuladores de programas de transformação digital. "Os casos de sucesso que vemos no mercado são aqueles em que há a quebra de silos entre as áreas. Lideranças centradas em gestão de equipes de alta performance, ao invés de centradas em questões internas de poder, conseguem maior êxito", completa.
A partir disso, o papel do CIO é também de orquestrar o debate interno de tendências e combinar necessidades de negócio e requisitos técnicos para que todas as áreas envolvidas comprem um projeto de mudança, façam o buy-in de uma iniciativa. "E isso não tem a ver com tecnologia, isso está diretamente relacionado a pessoas", destaca Di Matteo.
Qual o novo papel do CIO?
Especialistas de mercado como o Gartner apontam que o futuro da função de CIO tenderá a seguir por um dos três caminhos:
CIO como COO
Em empresas mais enxutas, a linha que separa a TI da área de negócios pode ser meramente operacional, isso abre espaço para que a função de CIO se transforme em atuação como Chief Operating Officer (COO), ou Diretor de Operações.
CIO como inovador
Neste caso, o CIO passa a captar as tendências do mercado e se torna um catalisador da execução de projetos disruptivos dentro da companhia. O profissional com este perfil será um evangelista das mudanças, articulando o diálogo com pessoas chave para realização de mudanças de grande importância para o negócio.
CIO como CDO
Lidando com um grande volume de dados e novas formas de utilizá-las para gerar insights relevantes para o negócio, o novo CIO também pode desempenhar a função de Chief Data Officer (CDO). Neste cenário, a capacidade analítica é fundamental para que esta liderança possa ajudar a companhia a usar os dados como um dos principais insumos para definição de novas perspectivas para a empresa.