O Liferay Digital Experience Conference Online Week, realizado de 25 a 29 de maio de 2020, debateu as tendências para tecnologia em experiências digitais no Brasil. Além de convidados de grandes empresas parceiras Enkel, Entelgy, Objective, Pitang e Vertigo Tecnologia o evento contou também com apresentações do Google, Vivo, Unimed do Brasil e do time de especialista da Liferay.
Confira os principais insights debatidos no evento:
O papel da TI na transformação digital e a Agilidade de Negócios
"Nas organizações que já possuem uma TI corporativa atuante é muito comum detectar que a área é concebida originalmente para manter as coisas como estão. Uma das características principais da TI tradicional é sua aversão à mudança, pois está focada em estabilidade e disponibilidade em detrimento do resto", declara André Fernandes, CTIO da Vertigo Tecnologia, durante sua palestra.
Segundo Fernandes, outras características comumente encontradas nesta TI são:
- Ver a mudança como uma origem de risco operacional: mudar algo é um ato cercado de rituais morosos e mecanismos de transferência de culpa.
- Assumir que velocidade e qualidade não podem andar juntos, criando uma aversão a entregas rápidas.
- Fazer mudanças em grandes lotes, mobilizando enorme quantidade de recursos em janelas de tempo inconvenientes.
Um dos passos no caminho da transformação da área de TI é a adoção de metodologias ágeis. A próxima tendência neste sentido é extrapolar o âmbito das áreas de tecnologia para as demais áreas do negócio, conforme apontou Ricardo Peters, agile coach da Pitang, durante o evento.
"A Agilidade de Negócios, ou organizacional, ou transformação digital, seja qual o nome dado, não é um projeto. Não é algo que você consiga definir os resultados e em algum momento isso estará implementado na empresa. Essa é, na verdade, uma jornada. Projetos tem começo meio e fim com objetivos fechados. Uma jornada, por sua vez, pode ter objetivos definidos por um período, mas diante de mudanças do mercado esses objetivos também mudam. A mentalidade precisa ser de longo prazo", afirmou Peters.
Ele cita Evan Leybourn, CEO do Bussiness Agility Institute, que afirma que "A Agilidade de Negócio é a capacidade e a vontade de uma organização de adaptar, criar e potencializar a mudança para o benefício de seus clientes".
Soluções em nuvem: TI com foco no que importa
Bruno Pinheiro, Business Developer Manager Americas da Liferay Cloud, apontou que a adoção da nuvem é uma tendência global de mercado. Isso se torna ainda mais evidente em um momento de restrições de investimentos como o apresentado durante a pandemia da COVID-19. "Analistas internacionais apontaram, ainda no início da pandemia, que os investimentos em TI seriam repensados para otimização dos recursos e seu uso inteligente, focando naquilo que de fato trará mais resultado para o negócio", comentou.
Neste contexto, explica Pinheiro, é importante analisar o Total Cost of Ownership (TCO), que reúne os diversos custos (software, hardware, gerenciamento, suporte, entre outros) que compõem o valor de uma solução. Assim, é possível visualizar que, em muitos casos, soluções em nuvem podem ser mais vantajosas por permitirem ao time de TI focar seus recursos na entrega de valor aos times de negócio e, consequentemente, ao cliente final.
CMS híbrido apoia experiências omnichannel
De acordo com o Google, cerca de 85% dos compradores online começam sua compra em um dispositivo, mas finalizam em outro. Bárbara Silva, solutions architect da Liferay, apresentou em sua palestra como disponibilizar o conteúdo personalizado para o cliente através de experiências digitais omnichannel é uma das principais maneiras de aumentar a satisfação e fidelização dos clientes. "Isso significa integrar e complementar os diferentes canais que formam o universo de contato com o cliente - loja física, aplicativo, site, e-commerce, etc.", comentou.
A especialista apresentou as principais funcionalidades do Sistema de Gerenciamento de Conteúdo - Content Management System (CMS), utilizado para cumprir a tarefa de gerenciar conteúdo em diferentes canais. Além disso, mostrou os três tipos principais de CMS (tradicional, headless e híbrido), destacando como o modelo híbrido é o que melhor responde às necessidades das empresas em busca de experiências omnichannel.
Design Sprint para resolver problemas
Juliana do Vale, líder de UX Design na Objective, defendeu que a metodologia de Design Sprints pode ser usada para resolver problemas em diversas áreas desde produto e desenvolvimento até RH e marketing.
"A ideia do Design Sprint é a colaboração. Quanto mais pessoas que possuam conhecimento sobre o problema a ser resolvido sejam envolvidas em sua solução, maior é a chance dessa solução ser efetiva. Isso acontece porque será possível analisar os mais diversos pontos de contato para criação de uma resolução que contemple essas diferentes perspectivas", destacou Vale durante sua palestra.
Ela apresentou ainda as principais características desta metodologia:
- Colaborativa: as reuniões da sprint são práticas e colaborativas, focadas em como cada especialista pode ajudar na resolução do problema.
- Multidisciplinar: a ideia é juntar pessoas de diversas áreas impactadas, seja design, negócio, desenvolvimento, marketing, etc.
- 100% prática: frameworks específicos são utilizados com foco em elevar a colaboração, criatividade e documentação de tudo que é discutido.
O mindset de equipe para desenho de experiências
Jordana Morais, tech lead da Liferay, defendeu em sua palestra que projetar experiências não deve ser apenas uma atividade do designer. "Por serem especialistas, designers têm um papel fundamental na construção de experiências e serviços memoráveis e interfaces atrativas, mas projetar tais experiências têm se demonstrado cada vez mais um esforço em conjunto de toda a equipe, uma vez que todos são responsáveis pelo sucesso, execução e resolução das dores e necessidades do cliente", comentou.
Dessa forma, somar as expertises e insights das áreas de negócio (Vendas, Marketing, Customer Success) com as áreas de tecnologia (Desenvolvedores, Designers, QAs, Agile Coaches) para entender as necessidades do usuário, imergir nos problemas e construir produtos e serviços tendo a experiência do usuário como mindset, é estratégico. Além disso, é uma excelente receita de como gerar inovação para as companhias.